segunda-feira, 26 de maio de 2008

Busca no Google leva homem à prisão por assassinato nos EUA


FBI de San Diego vasculhou computador de acusado e achou provas conclusivas. Uso de pistas digitais vem sendo cada vez mais reconhecido por autoridades.
As provas de um crime nem sempre estão em manchas de sangue, fios de cabelo e impressões digitais. Em tempos de vida on-line, laboratórios de perícia criminal têm investido mais em técnicas para identificar criminosos por meio da busca de provas escondidas em computadores, telefones celulares, e-mails, pendrives e até mesmo redes sociais. Nos EUA, um desses centros de análise de última geração - o laboratório regional de computação forense (RCFL, na sigla em inglês) do FBI em San Diego, na Califórnia - conseguiu um feito inédito, segundo reportagem da revista "Wired". Por meio de registros no site de buscas Google armazenados no computador do suspeito foi possível provar seu envolvimento em um assassinato. As provas foram decisivas para a condenação do criminoso, e valeram também à equipe do FBI de San Diego um registro na Sociedade Americana de Laboratórios de Criminalística. Um feito e tanto, já que o registro normalmente é dado apenas a laboratórios que trabalham com evidências mais tradicionais, utilizando microscópios, tubos de ensaio e gelatina balística. O RCFL de San Diego é o 6º dos EUA especializado em perícia tecnológica a entrar nesse seleto clube.

Analisar arquivos
A análise de dados de informática ganhou importância no trabalho forense apenas recentemente. Até então, equipes como a do FBI de San Diego tinham como foco principal a investigação de ataques de hackers e crimes virtuais. Isso mudou quando percebeu-se o envolvimento dos próprios criminosos comuns com o mundo da tecnologia. "Uma vez, encontramos um vídeo com os criminosos cantando um rap sobre um assassinato que eles mesmo tinham cometido", disse o perito John Leamons, do RCFL, em entrevista à "Wired".
Leamons conta que os laboratórios de computação forense ajudaram na investigação de 13 mil casos nos EUA em 2007. Só o RCFL de San Diego trabalhou com evidências de mais de mil crimes, incluindo 171 casos de pornografia infantil e 160 assassinatos. De acordo com o perito, os dados que costumam dar mais resultados são informações que os criminosos acreditam ter "apagado" dos computadores. Com algum trabalho, no entanto, é possível recuperar a maior parte desses dados. "Qualquer espaço 'vazio' no disco rígido do computador pode ser a chave para resolver um caso", explica Leamons. Quando você manda o computador apagar um arquivo, na verdade a única coisa que acontece é que o sistema libera aquele espaço para ser utilizado por qualquer outro arquivo a ser gravado no futuro. Os dados originais, portanto, permanecem no disco rígido da máquina até serem "atropelados" por novos dados. O laboratório de San Diego já recuperou até informações de computadores que haviam sido incendiados propositalmente.
Fonte:G1

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