quinta-feira, 12 de junho de 2008

Unidos pela internet, casais comprovam sucesso do cupido virtual

'Finais felizes' mostram que web pode ser eficaz na hora de 'apresentar' pessoas.Psicóloga dá alerta: relacionamentos não podem se restringir ao ambiente virtual.


Uma confusão de nomes fez com que Iris Rodrigues Sousa, 20, conhecesse o homem com quem vai se casar em agosto. Ela estava em uma comunidade no Orkut, da qual participavam funcionários de uma loja de departamento. Márcio Ribeiro, 37, procurava pessoas da cidade de Riachuelo, no Rio Grande do Norte, quando visitou essa mesma comunidade e encontrou a futura mulher. Entrou no perfil da desconhecida, ela foi avisada pelo próprio site, e os dois começaram a se corresponder em maio de 2007.

Mesmo depois de esclarecido o engano, os dois continuaram trocando mensagens. Só depois de nove meses pela web -- e quando já se diziam noivos -- eles se conheceram pessoalmente. A operadora de telemarketing acabou largando a faculdade, o trabalho, os amigos e a família em Natal, onde vivia, e hoje mora com Márcio no Rio.

Apesar de essa possibilidade de encontros virtuais também ter trazido à tona casos mal sucedidos, muitos internautas continuam buscando na web a pessoa que procuram para seu “final feliz” -- aí entram os serviços on-line específicos para formar casais. Além das buscas, há também a casualidade: muitos simplesmente “trombaram” virtualmente com seus futuros parceiros, enquanto navegam por sites, redes sociais e blogs.

A casualidade faz parte da história de Marco Aurélio Gois dos Santos, 33, que não criou seu blog com a intenção de encontrar uma namorada. Mas a também “hiperconectada” Ana Carlota Rigon, 30, gostou do que leu no Jesus, me chicoteia!, mandou um e-mail elogiando e, no aniversário de Marco em 2004, lhe deu de presente um livro. Os dois se conheceram, começaram a namorar no início de 2005 e se casam agora, no próximo sábado (14).

“Acho que seria difícil nos conhecermos se não fosse a internet. Morávamos longe um do outro, não freqüentávamos os mesmos lugares e tínhamos interesses diferentes”, conta o blogueiro e jornalista. Mesmo depois de apresentar o casal, a internet continuou dando uma força: com a ajuda dela encontraram o apartamento onde vão morar, escolheram as alianças e até compraram a pia da cozinha. “Minha sogra diz que vamos acabar tendo filhos pela internet”, brinca.

Limites
A psicóloga do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas Dora Sampaio Góes acredita que a web pode ser uma ferramenta bastante eficaz para conhecer pessoas. Mas ela, que realiza no HC um trabalho para tratar viciados em internet, dá o alerta para quando essa prática deixa de ser saudável. “O usuário chega a esse limite quando coloca de lado as atividades do mundo real para ficar somente on-line.”

No caso daqueles que procuram um parceiro pela web, podem ser problemáticas as situações em que os internautas querem manter os relacionamentos amorosos restritos ao ambiente virtual, sem levá-los para o mundo real. A insistência de Márcio, lá do começo da reportagem, impediu que isso acontecesse em seu relacionamento com Iris. Por causa da pressão dos familiares dela, Iris desistiu duas vezes de viajar para o Rio e conhecer seu “noivo virtual”. Márcio então decidiu viajar até Natal, onde os dois finalmente se encontraram e deram início à vida real em comum.


Rosane Galhardo e Marcelo Keller El-kareh acharam que era hora de se conhecerem pessoalmente em setembro de 2005, pouco depois de se encontrarem na internet. “Seus gestos e atitudes confirmavam a descrição de seu perfil. Mas todo cuidado é pouco, o ideal é sondar bastante antes de qualquer envolvimento”, aconselha Roseane, que depois de seis meses foi morar com o namorado.

Eles se conheceram no ParPerfeito, um serviço on-line que, assim como muitos outros, tem o objetivo de fazer as pessoas se conhecerem -- essa é sempre uma opção quando o amor não bate à sua porta (ou à sua caixa de e-mail, seus comentários do blog, seus recados do Orkut). Lançado em janeiro de 2000, o site tem 12 milhões de usuários cadastrados -- 45% mulheres e 55% homens -- e diz receber mensalmente 2,5 milhões de visitantes.

Experiência
Solteiro, o administrador André Moreira, 32, vê a internet como uma alternativa a mais para conhecer pessoas, como já acontece em barzinhos e baladas. Ele já passou por situações desagradáveis por conta de encontros iniciados via web -- um relacionamento com uma mulher totalmente instável, outra que só falava nas maracutaias que já havia feito --, mas não desanima. “Não sei o que quero, mas sei bem o que não desejo”, define.

Por conta das experiências, ele pensou até em escrever um livro bem humorado com as “aventuras, sucessos, tropeços e desilusões” -- o projeto está parado, mas originou a comunidade “Namoro a partir da Internet”. Para André, os relacionamentos que começam no mundo virtual vão na contramão dos encontros da vida real, pois primeiro você conhece os gostos e a forma de pensar da pessoa, para depois saber como ela é fisicamente.

Apesar de já ter conhecido muita gente on-line, o administrador afirma que o tempo é a única forma de saber se a pessoa é realmente legal. Ainda assim, as ferramentas de comunicação podem dar uma boa ajuda nesse processo. “Quem entra na internet se transforma em uma vitrine, porque gradualmente vai expondo sua vida a todos. Dá para perceber quem está só a fim de curtição lendo os recados de um usuário no Orkut”, exemplifica.

Fonte:G1


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1 comentários:

Eduardo disse...

Pararabéns pela matéria, muito boa...
abraços