terça-feira, 3 de junho de 2008

Jovens que destruíram casa de escritor são 'condenados' a aula de poesia

Dezenas de adolescentes invadiram propriedade que foi de Robert Frost.Professor vai usar poemas do autor para mostrar o erro que eles cometeram.



Você pode chamar de justiça poética: mais de 20 jovens que invadiram uma casa que pertenceu ao poeta Robert Frost e destruíram o lugar durante uma festa foram obrigados a freqüentar aulas para aprender algo sobre o trabalho do escritor.

Usando poemas de Frost, o professor Jay Parini pretende mostrar aos vândalos o erro que eles cometeram, revelando o poder redentor da poesia.


O vandalismo aconteceu em uma casa de campo na cidade de Ripton (Vermont, EUA), onde Robert Frost passava o verão. Depois da morte do poeta, em 1963, a casa passou a pertencer ao colégio Middlebury.

No dia 28 de dezembro, um jovem de 17 anos resolveu usar a casa da escola para dar uma festa. Deu US$ 100 dólares para que um amigo comprasse cerveja. A notícia se espalhou e mais de 50 pessoas compareceram ao lugar. A festa virou confusão quando alguém quebrou uma cadeira, lançando-a na lareira.

No fim do "evento", janelas, móveis e objetos de decoração estavam destruídos. Os tapetes estavam sujos de vômito e urina. O prejuízo foi calculado em US$ 10.600.


Poesia prática

Cerca de 25 dos infratores vão ficar com a ficha criminal limpa, desde que participem das aulas sobre a poesia de Robert Frost ministradas pelo colégio. Alguns deles ainda vão precisar pagar pelos danos e fazer outros trabalhos comunitários.

Em uma das aulas, o professor leu um poema de Frost que falava sobre escolher entre dois caminhos. "É nesse ponto que Frost é relevante. Essa é a ironia da história toda. Você chega em um caminho em uma floresta que lhe dá duas alternativas. 'Devo ir para a festa e beber até cair'?", explica ele.

"Eu aprendi a lição, com certeza", diz Ryan Kenyon, jovem de 22 anos cuja avó chegou a conhecer Frost nos anos 60. "Foi realmente esclarecedor. Acendeu uma luz, pelo menos para mim", completa.

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