quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Conheça novidades que a Microsoft promete no Windows 7

Empresa revelou detalhes de seu novo sistema operacional nesta semana. Lista inclui mais agilidade e menos exigências em relação a hardware.

A Microsoft divulgou nesta semana, em um evento em Los Angeles, alguns detalhes sobre o sistema operacional Windows 7, que vai substituir a plataforma Vista. A novidade, que segundo a Microsoft poderá ser testada pelo público em geral no início de 2009, terá recursos que incluem tecnologia de tela sensível ao toque e capacidade de personalização do sistema com mais facilidade. O lançamento oficial está previsto para o início de 2010.


Hardware

Atentos às freqüentes reclamações de usuários do Windows Vista, a Microsoft afirmou que o Windows 7 será mais rápido que a versão atual e exigirá menos memória para rodar. O Vista exige hardware mais robusto – e conseqüente mais investimento em equipamentos – do que seu antecessor, o Windows XP.

Sensível ao toque

O Windows 7 terá recursos compatíveis com telas sensíveis ao toque, uma tecnologia que foi popularizada com o telefone celular iPhone, da Apple. Em maio, quando anunciou essa novidade, Bill Gates disse que “hoje quase toda a interação acontece no mouse e no teclado. Nos próximos anos, o papel da fala, da visão e dos gestos será enorme. Para o usuário de tecnologia em casa e no trabalho, esse tipo de interação vai mudar dramaticamente”.

No ano passado, a companhia apresentou um projeto compatível com esses conceitos chamado Surface: trata-se de um computador em formato de mesa e tela sensível ao toque. Na época da divulgação, a companhia disse que planejava tornar a novidade acessível aos consumidores individuais dentro de três a cinco anos.

Barra de tarefas

A empresa promete eliminar os botões redundantes e oferecer uma troca mais rápida entre aplicativos e arquivos. Os usuários poderão clicar e arrastar os ícones para customizar suas barras. Ao clicar com o botão direito sobre os ícones de programas, será possível obter informações referentes a documentos recentes ou características de cada alternativa.

Alertas

A nova versão do Windows dará aos usuários a possibilidade de ver menos alertas, advertências e pop-ups, considerados irritantes por muitos que aderiram ao Windows Vista.

Rede

Segundo a Microsoft, o programa permitirá a criação de redes domésticas sem fio de maneira mais intuitiva e automática. Será mais fácil compartilhar arquivos e impressoras entre PCs domésticos de um mesmo ambiente.

Gerenciamento de arquivos

Uma “biblioteca” do sistema vai agrupar automaticamente arquivos similares, como fotos ou vídeos, do PC, disco rígido externo e outros computadores da rede. Nessa categoria também aparecem as "Jump Lists", ou listas atualizadas de documentos que o usuário usou recentemente ou sites que costuma visitar: essas opções serão exibidas sem que ele tenha de abrir o Word ou um navegador de internet.

Compatibilidade

A empresa afirma que não quer criar programas de incompatibilidade e, por isso, fará poucas mudanças que possam criar esse tipo de obstáculo para o usuário. Logo no lançamento do Windows 7, afirmou, poucos programas e dispositivos serão incompatíveis com a novidade.

Especialista descobre falha em software do Google para celulares

Empresa diz ter corrigido a brecha, que permite roubo de informações.
Sistema operacional Android já foi adotado no telefone G1, da HTC.



Um especialista encontrou uma falha de segurança considerada grave no sistema operacional para telefones celulares Android, do Google. Essa plataforma já foi adotada nos aparelhos G1, da fabricante HTC, e deve estar presente em diversos outros modelos futuramente.


Ao jornal “New York Times”, o Google disse já ter consertado a brecha no software de código aberto e que agora trabalha com seus parceiros -- a operadora T-Mobile e a HTC – para oferecer correções aos clientes que já adquiriram o aparelho com o Android instalado.


A publicação, que cita o especialista Charles Miller como o responsável pela descoberta, diz que o problema está no navegador do Android. Uma falha de segurança nesse programa pode fazer com que os usuários instalem involuntariamente em seus aparelhos códigos que identificam quais as teclas apertadas – essa instalação aconteceria durante a visita a sites fraudulentos.

“Isso permite que hackers monitorem remotamente os botões pressionados, facilitando o roubo de informações pessoais, como logins e senhas de bancos ou de sites de comércio eletrônico”, explica a publicação britânica “Telegraph”.

O especialista, que hoje é consultor e já trabalhou com segurança de computadores na Agência Nacional de Segurança dos EUA, afirmou: “com esse monitoramento posso fazer tudo o que o navegador me permite. Posso ler mensagens de texto, o histórico da navegação, as senhas e tudo o que os usuários digitam”.

Alerta

Miller se recusou a dar detalhes sobre a falha, dizendo já ter notificado o Google sobre o problema.


Em entrevista ao “New York Times”, ele disse ter dado publicamente o alerta por acreditar que os usuários de telefones celulares sofisticados (os smartphones) não sabem que esses aparelhos enfrentam os mesmos riscos de segurança que os computadores pessoais conectados à internet.

Ainda de acordo com o “NYT”, o Google afirmou que o Android limita a extensão dos danos que essa falha no navegador pode causar. Isso porque, ao contrário de computadores pessoais ou do iPhone, o software do Google contém uma série de compartimentos que limitam o acesso de intrusos a uma única aplicação. “Temos uma espécie de caixa para isolar cada um dos aplicativos”, disse Rich Cannings, engenheiro de segurança do Google.

Religião beneficia sociedade, mas por motivos 'egoístas', sugerem pesquisas

Desejo de manter reputação elevada aumentaria generosidade religiosa.
Fé também parece beneficiar cooperação dentro de grupos numerosos.



Religiões do mundo inteiro pregam a compaixão e a caridade, mas será que seus seguidores praticam mais essas virtudes, em média, do que os não-crentes? E o impacto religioso na vida social é positivo? De acordo com um estudo recente, a resposta mais provável é "sim" para ambas as perguntas -- mas com qualificativos importantes. Os dados experimentais sugerem que as pessoas religiosas tendem a seguir o que pregam na vida social -- mas principalmente em contextos que favoreçam sua reputação diante dos outros, e dirigindo seus atos compassivos e caridosos, em geral, a membros de sua própria fé.

A hipótese de que a religião faz bem para a vida em sociedade, mas pelos motivos aparentemente "egoístas" citados acima, é defendida por Ara Norenzayan e Azim F. Shariff, psicólogos da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. Em artigo na prestigiosa revista especializada americana "Science" , a dupla faz uma revisão dos principais trabalhos já publicados sobre a origem e a evolução dos aspectos "pró-sociais" -- ou seja, favoráveis à vida em sociedade -- da religião.

Essa área de pesquisa ainda está na infância, mas já trouxe alguns insights importantes sobre o fenômeno religioso. Os pesquisadores não estão interessados em provar ou desprovar a existência de Deus (há tanto pessoas de fé fervorosa quanto ateus entre eles); a idéia é apenas entender como a religiosidade e suas interações com a vida social surgiram ao longo da evolução humana.

O questionamento é simples: seguir as pregações das diferentes fés tem um custo significativo. Tanto o código de ética pregado por Jesus nos Evangelhos ("Amai vossos inimigos") quanto a versão menos tolerante do Antigo Testamento ("Olho por olho, dente por dente"), só para citar os exemplos mais conhecidos no Ocidente, exigem um esforço social significativo, seja para mostrar compaixão até com os piores malfeitores, seja para punir criminosos com a lei do talião. A idéia, portanto, é que existem mecanismos mentais ou sociais capazes de "convencer" as pessoas de que vale a pena seguir algum tipo de mandamento.

Deus está vendo

A hipótese mais provável, dizem Norenzayan e Shariff, é que o principal mecanismo tem a ver com o agudo senso de reputação dos seres humanos -- a nossa necessidade de projetar uma imagem positiva para os outros e para nós mesmos. Afinal, ninguém gosta de aproveitadores, e essas pessoas, se descobertas, tendem a ser excluídas das interações sociais.

Pesquisas seguidas mostraram que pessoas religiosas têm mais probabilidade de relatar comportamentos pró-sociais (como doações de caridade e voluntariado) do que as não-religiosas, mas na prática essas ações parecem estar atreladas à reputação. Ou seja, à idéia de que "Deus está vendo" -- e os outros também.

Os indícios de que isso é o que acontece são múltiplos. Em jogos econômicos de laboratório, por exemplo, a probabilidade de os participantes se comportarem como espertalhões cai drasticamente se não houver anonimato. Mais interessante ainda, a simples exposição a fotografias de olhos humanos, ou mesmo a desenhos esquemáticos de olhos, diminui a chance de trapaça nesse tipo de jogo, indicando que uma forma "não-concreta" de impedir o anonimato também leva ao aumento das ações pró-sociais.

E se os olhos forem substituídos por um agente sobrenatural/divino? Pois, em outro estudo psicológico de laboratório, universitários trapaceavam menos num jogo de computador se alguém comentasse com eles que o fantasma de um aluno freqüentava a sala onde estavam, ou se eles eram induzidos a pensar em Deus. Numa pesquisa com crianças, que ficavam sozinhas com uma caixa fechada e eram orientadas a não abri-la, o grau de obediência aumentava quando o pesquisador dizia a elas que a fictícia "princesa Alice" estava olhando.

Uma série de estudos também demonstra que, quando não há algum componente de "reputação" (em relação a Deus, aos outros ou a si mesmo), religiosos não são mais suscetíveis a agir de forma pró-social que não-religiosos. Num clássico experimento "Bom Samaritano", inspirado na famosa parábola de Jesus no Evangelho de Lucas, uma pessoa fingia estar caída na rua, precisando de ajuda, bem no caminho dos recrutados para participar de um experimento. Quem tinha religião não ajudou o coitado significativamente mais do que quem não tinha.

Confiança é tudo

Os pesquisadores do Canadá também avaliaram alguns estudos etnográficos e experimentais intrigantes, que parecem mostrar um maior grau de confiabilidade, seja real ou percebida, entre religiosos praticantes. Em fazendas comunitárias fundadas nos EUA no século 19, por exemplo, houve uma correlação estatística entre as bases da comunidade -- religiosa ou secular -- e sua sobrevivência: as comunas religiosas duraram mais tempo, com menos conflitos.

Em outro tipo de jogo econômico de laboratório -- uma pessoa recebe uma quantia em dinheiro e tem a opção de dar parte dessa quantia para um parceiro, o qual, então, tem a quantia recebida dobrada e pode rachar os lucros com o doador original --, a religiosidade também parece cimentar a confiança. Pessoas religiosas tendem a ceder mais dinheiro para o parceiro, e os religiosos que recebem essa soma parecem também devolver somas mais substanciais. É como se a religiosidade fosse percebida como um indicador de confiabilidade social.

Outro dado preliminar mostra uma correlação entre o tamanho das sociedades e o "tamanho" de seus deuses. ("Tamanho", neste caso, tem a ver com o conceito mais abstrato da interação desses deuses com a realidade e o mundo humano -- eles são "maiores" se forem onipotentes, oniscientes e supremamente bons, por exemplo.) O que parece ocorrer é que sociedades "grandes" também têm deuses "grandes", o que facilitaria a coesão social entre grupos numerosos de estranhos.

Finalmente, o mais curioso: também parece haver correlação entre divindades "grandes", preocupadas com a moralidade, e regiões em que há escassez de água. Para os pesquisadores, é possível que isso se explique pela necessidade de minimizar a quantidade de espertalhões e garantir a colaboração social em nome da sobrevivência em regiões muito secas. Coincidência ou não, regiões com falta d'água são o berço do judaísmo, do cristianismo e do islamismo.